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terça-feira, 15 de novembro de 2011

7º Diálogo une Américas em defesa dos recursos hídricos

De 13 a 19 de novembro especialistas e as principais autoridades do continente estarão reunidas em Medellín (Colômbia) no 7º Diálogo Interamericano de Gestão da Água (D7) para reafirmar o compromisso das gerações atual e futura em defesa das águas.

As três Américas e o Caribe compartilham 1/3 dos recursos hídricos do mundo e mais da metade (56%) da energia que movimenta suas economias tem geração hidrelétrica. Chile e Argentina, por exemplo, compartilham mais de 20 bacias hidrográficas em um total de 4.500 quilômetros de fronteiras. Somente na Patagônia são 12 bacias transfronteiriças. No continente americano, um dos pontos de controvérsia é o compartilhamento da bacia do Rio Bravo, entre Estados Unidos e México.

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terça-feira, 23 de agosto de 2011

SOBRE A ECONOMIA ECOLÓGICA

''Usamos em um ano o que a natureza demora um ano e meio para recompor''

Entrevista especial com Andrei Cechin

Andrei Cechin é estudioso do pensamento de Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), que foi um matemático e economista heterodoxo romeno, cujos trabalhos resultaram no conceito de decrescimento econômico e é considerado como o fundador da bioeconomia (ou economia ecológica).

Para Cechin, “uma importante implicação do pensamento de Georgescu para o debate sobre desenvolvimento sustentável é que, no fundo, qualquer tentativa de solucionar o problema da distribuição de recursos naturais entre as gerações depende da postura ética das atuais gerações em relação às gerações que ainda estão por vir”. + AQUI

terça-feira, 2 de agosto de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

LIXO: UM PROBLEMA NOSSO

A meta de se extinguir até 2014 todos os lixões do País está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O Governo Federal tem estudado uma forma de estimular as prefeituras a construírem aterros sanitários. Mas para que o objetivo seja alcançado o poder público, a indústria e os consumidores têm que dividir a responsabilidade pela destinação correta do lixo.

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ÁGUAS DOS RIOS SÃO BARTOLOMEU E MEIA PONTE ESTÃO CRÍTICAS

Águas

Qualidade da água do Meia Ponte é crítica, avalia agência

Relatório da ANA também reprova outro rio goiano, o São Bartolomeu, que fica no Entorno do DF

Almiro Marcos
20 de julho de 2011 (quarta-feira)
A+ a-

Ricardo Rafael






Ariranhas buscam alimento em águas poluídas do Meia Ponte
As bacias de dois importantes rios goianos, o Meia Ponte e o São Bartolomeu, têm situação muito crítica com relação à disponibilidade e à qualidade de água. Os rios e seus afluentes são responsáveis pelo abastecimento de mais da metade da população goiana e, justamente por isso, sofrem o impacto do crescimento das cidades e da poluição.

Além disso, por conta da demanda alta, principalmente nas regiões mais habitadas, muitos municípios já dependem da indicação de novos mananciais para abastecimento futuro, assim como da ampliação da rede atual. As informações fazem parte do relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, divulgado ontem em Brasília pela Agência Nacional de Águas (ANA).

A bacia do Meia Ponte é responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Goiânia e corta região onde moram mais de 40% dos goianos. Já a do São Bartolomeu é responsável pelo abastecimento do chamado Entorno Sul do Distrito Federal, onde vivem mais de 15% dos goianos. De acordo com a ANA, a situação dos dois é muito crítica, a exemplo de outras regiões metropolitanas (2,2% das bacias).

As duas bacias de rios goianos constam no relatório como em categoria de 'criticidade quali-quantitativa'. Isso quer dizer que eles têm problemas tanto com relação a qualidade quando a quantidade de água. Ele apresentam alta demanda pelo uso e grande carga de lançamento de esgotos em suas águas.

Os dados do levantamento têm como base estudos feitos em 2010. Em levantamento anterior, divulgado no início de 2009, o Meia Ponte apareceu como um dos sete rios mais poluídos do Brasil, na mesma lista do Rio Tietê, em São Paulo. Dessa vez o relatório não trouxe um ranking parecido.

O engenheiro José Ubaldo Teles, assessor da presidência da empresa de Saneamentos de Goiás (Saneago), explica que a qualidade da água é uma das grandes preocupações da companhia. "Além do tratamento do esgoto já existente, é preciso pensar em um trabalho preventivo para que a situação não piore. A Saneago tem uma política de tentar conter a ocupação urbana de pontos acima das captações de água", exemplifica.

Um dos trunfos da empresa, a curto prazo, é o investimento na criação de interceptores para evitar que esgoto clandestino e sem tratamento sejam jogados diretamente nas águas do rio.

Abastecimento

Outro aspecto do diagnóstico é com relação à situação atual do abastecimento público em Goiás. Regiões importantes como a da própria capital e o Entorno de Brasília, aparecem numa lista de necessidade de indicação de novos mananciais e de ampliação do sistema atual. Na mesma linha estão municípios como Anápolis, Rio Verde, Jataí, Mineiros e Catalão, além de outros menores.

O pior é que o relatório aponta para um futuro próximo (2015), para ampliação do sistema e estudos para indicação de novos mananciais. No País, são necessários mais de R$ 22 bilhões em investimentos em 55% dos mais de 5.500 municípios.

"Temos vários estudos em andamento no Estado para a identificação de novos mananciais. Além disso, já há a previsão de investimentos na ampliação da rede de água e esgoto em todo o Estado", explica o assessor da presidência da Saneago, José Ubaldo. No caso específico da região metropolitana da capital, ele explicou que existem estudos em córregos da região Norte da capital e do Ribeirão Caldas, em um município vizinho.

O estudo é exigência do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos para acompanhamento anual da condição dos recursos hídricos e de sua gestão. Verifica, além da disponibilidade, os tipos de uso da água nas bacias do País. Numa visão macro, identificou melhoria da qualidade da água dos rios brasileiros nos últimos anos.

domingo, 17 de julho de 2011

REUNIÕES PUBLICAS PRH DA BACIA DO PARANAÍBA

Reuniões públicas ampliam debate sobre Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba

Em agosto de 2011, o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba (PRH -
Paranaíba) inicia uma nova etapa de consulta pública. Após o trabalho de diagnóstico realizado pela Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos - Cobrape, em parceria com a Agência Nacional das Águas – ANA e o Grupo Técnico de Acompanhamento do Plano - GT-Plano (vinculado à Câmara Técnica de Planejamento Institucional - CTPI do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba – CBHParanaíba), serão organizadas nove Reuniões Públicas, com participação do poder público, dos usuários e das comunidades.

O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba – CBH-Paranaíba, por intermédio de sua Presidência Interina, solicitou, em outubro de 2008, providências à ANA para a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Paranaíba. O CBH-Paranaíba é órgão responsável também pela aprovação do PRH-Paranaíba.

As Reuniões Públicas têm como objetivo apresentar informações sobre o diagnóstico realizado e
coletar opiniões e sugestões para o melhor gerenciamento das questões referentes ao PRH –
Paranaíba. A participação dos diferentes atores sociais nas Reuniões Públicas é fundamental para
garantir uma gestão democrática e descentralizada dos recursos hídricos da Bacia do Rio Paranaíba, conforme determina a Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei das Águas.
Em preparação para as Reuniões Públicas, a Cobrape está em contato com instituições apoiadoras nas cidades-sede a fim de identificar os auditórios disponíveis para o evento. As datas e locais das Reuniões Públicas já foram definidas (ver tabela abaixo) para facilitar o trabalho de mobilização, que se inicia desde já. Em breve, divulgaremos também os endereços dos auditórios onde serão realizadas as reuniões.
Cada série de reuniões inclui nove cidades, localizadas em áreas centrais em relação às microrregiões.
Assim, será possível garantir a cobertura de toda a Bacia do Paranaíba, o que é essencial para a
efetivação dos objetivos gerais do PRH-Paranaíba, descritos a seguir:
 Consolidar o sistema de gestão de recursos hídricos na bacia, com foco nos aspectos institucionais;
 Caracterizar os acordos sociais necessários para criar condições de implementação da gestão e
seus instrumentos;
 Estabelecer a base de dados sobre recursos hídricos e criar a base do sistema de informações da
bacia;
 Promover a articulação do sistema de recursos hídricos com o planejamento de uso e ocupação do
solo

Calendário da Primeira Etapa das Reuniões Públicas

Data Cidade

Segunda-feira - 08/08/2011 Brasília-DF
Terça-feira - 09/08/2011 Cristalina-GO
Quarta-feira - 10/08/2011 Monte Carmelo-MG
Quinta-feira - 11/08/2011 Ituiutaba-MG
Sexta-feira - 12/08/2011 Uberlândia-MG

SÁBADO
DOMINGO

Terça-feira - 16/08/2011 Paranaíba-MS
Quarta-feira - 17/08/2011 Rio Verde-GO
Quinta-feira - 18/08/2011 Itumbiara-GO
Sexta-feira - 19/08/2011 Goiânia-GO

quinta-feira, 7 de julho de 2011

GOVERNANÇA DAS ÁGUAS GOIANAS

O crescimento econômico e demográfico, e a conseqüente concentração da população em grandes centros urbanos nas últimas três décadas, a crescente industrialização e o aumento da área agrícola irrigada fizeram com que a demanda por água crescesse exponencialmente.
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segunda-feira, 27 de junho de 2011

TERCEIRO CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NO CBH-PARANAÍBA

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NO CBH-PARANAÍBA

TERCEIRO CURSO DE CAPACITAÇÃO E DIFUSÃO TECNOLÓGICA
PARA TÉCNICOS DE NÍVEL SUPERIOR E DEMAIS INTERESSADOS
QUE ATUAM NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARANAÍBA

Curso oferecido pela Universidade de Brasília e instituições
colaboradoras, com financiamento do CNPq/ CT-HIDRO/ ANA, processo
403339/2008-1.

PRIMEIRA CHAMADA PARA INSCRIÇÃO NO CURSO III

A inscrição no Curso III significa inscrição nas disciplinas 7, 8 e 9.
Não é preciso ter feito os Cursos I e II para se inscrever no curso III.

A Universidade de Brasília (UnB), com apoio do Centro de Seleção e
Promoção de Eventos da UnB (CESPE), do Instituto Brasileiro de Estudos
e Ações em Saneamento Ambiental e
Gestão Recursos Hídricos (IBEASA) e da OSCIP Interaguas, oferece, no
âmbito do Projeto “Cursos de capacitação e difusão tecnológica para
técnicos de nível superior e demais interessados que atuam na bacia
hidrográfica do Rio Paranaíba”, o terceiro curso de 60h, constituído
das disciplinas 7, realizada na modalidade a distância, 8 e 9,
realizadas com encontros presenciais, todas com 20h de duração.

Temas centrais: Gestão de recursos hídricos e gestão ambiental. Os
múltiplos usos da água.

Disciplina 7, a distância: de 7 a 31 de julho de 2011.
Disciplina 8, Goiânia (GO): de 25 a 27 de agosto.
Disciplina 9, em Brasília (DF): de 22 a 24 de setembro.

INFORMAÇÕES SOBRE O CURSO III: O terceiro Curso (Disciplinas 7, 8 e 9)
foi desenhado para promover oportunidades de reflexão e discussão
sobre a relação entre a gestão de recursos hídricos e a gestão
ambiental, a partir da experiência concreta de representantes de
outros organismos de bacia do país, dos órgãos gestores das unidades
da federação GO, MG e DF. A interação entre diferentes atores durante
o Curso permitirá o fortalecimento de uma rede de intercâmbio de
informações a respeito da bacia hidrográfica do Paranaíba.

Público a que se destina o Curso III:
• membros do CBH-Paranaíba e de outros comitês,
• funcionários de prefeituras municipais e de órgãos gestores
estaduais cujas competências se relacionam com a gestão dos recursos
hídricos, e
• organizações da sociedade civil, atuantes na área de recursos hídricos.

Principais objetivos:
• Capacitar profissionais de diversas áreas e demais interessados para
atuar junto ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, a órgãos
municipais e estaduais cujas competências se relacionam com a gestão
dos recursos hídricos e a organizações da sociedade civil envolvidas
na gestão dos recursos hídricos na área da bacia do Rio Paranaíba.
• Promover a difusão de tecnologias adequadas para o gerenciamento
sustentável de recursos hídricos entre atores diversos que atuam na
bacia do rio Paranaíba.
• Contribuir para a formação da Rede Nacional de Formação de
Capacidades e Extensão Tecnológica para Gestão da Água, a partir da
organização da equipe técnica que participará deste projeto e da
articulação desta com outras redes já existentes.

Ao final dos cursos de capacitação, os participantes deverão:
• compreender a natureza multidisciplinar do processo de gestão de
recursos hídricos;
conhecer os diferentes fundamentos, objetivos, diretrizes e
instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos;
• compreender o processo atual de gestão dos recursos hídricos na
região, no Brasil e no mundo;
• conhecer tecnologias adequadas para a gestão sustentável dos
recursos hídricos;
• incorporar práticas para a gestão e/ou manejo sustentável da água;
• exercer seu trabalho de forma mais eficaz e eficiente, melhorando,
conseqüentemente, o desempenho de sua instituição.

REQUISITOS MÍNIMOS PARA PARTICIPAÇÃO NO CURSO III: Tempo de estudo de
8 horas semanais para a disciplina a distância e disponibilidade para
viajar para Goiânia e Brasília, nas datas previstas (a serem
confirmadas até o início do Curso III) onde serão realizadas as
atividades presenciais, por 3 dias (os custos de viagem e hospedagem
não são cobertos pelo projeto).
INFORMAÇÕES SOBRE A DISCIPLINA 7 (a distância): Sobre a metodologia,
as atividades on-line em plataforma Moodle estimulam a navegação e o
compartilhamento de reflexões com colegas. A partir do material
didático, o participante é assistido por tutores que guiam seu
processo de aprendizado por meio de leituras, vídeos, exercícios,
elaboração de artigos acadêmicos e participação em ferramentas de
discussão.
Cada participante deve dedicar cerca de 8 h/semana ao curso. Os
participantes deverão fazer suas atividades dentro de prazos
estabelecidos pela coordenação. Requisitos mínimos para participação
na disciplina 7:
• Configuração mínima de equipamento para participação na disciplina:
PC pentium 160 MHz -64 Mb RAM - Kit Multimídia (placa de som e CD-ROM)
• Sistema operacional Windows 98, 2000, XP ou Vista, com Internet
Explorer 6 ou acima.
• Dispor de acesso regular à Internet, possuir endereço de correio
eletrônico (e-mail).
• Ter conhecimento/experiência no uso da internet, correio eletrônico
e informática básica (Word, Excel e powerpoint, ou similares).

INFORMAÇÕES SOBRE AS DISCIPLINAS 5 e 6 (presenciais): Os encontros
presenciais combinam conhecimentos teóricos e principalmente
discussões sobre a prática de conciliar os múltiplos usos dos recursos
hídricos em uma gestão integrada. Aspectos ambientais da gestão também
serão incorporados aos debates.

PROCESSO AVALIATIVO E CERTIFICAÇÃO: O processo avaliativo começará com
a avaliação da disciplina 7, por meio de exercícios, trabalhos
escritos e prova de conhecimentos no primeiro encontro presencial. Os
encontros presenciais terão, além das aulas expositivas, várias
atividades em grupo, debates e apresentações de trabalhos, elaborados
sob a supervisão dos professores. A certificação do participante está
condicionada às notas recebidas nas atividades realizadas, além do
registro de presença em, no mínimo, 75% da carga horária das
atividades presenciais.

CORPO DOCENTE:
• Coordenador do Projeto: Prof. Dr. Paulo Salles, UnB.
• Coordenadora da Disciplina 7: Maria do Carmo Zinato
• Coordenadores das Disciplinas 8 e 9: Maria Angélica Valério e
Fernando Rodriguez
• Participações no Curso III: representantes de comitês de bacia
hidrográfica brasileiros, professores universitários que atuam junto a
comitês de bacia, especialistas de órgãos gestores das unidades da
federação que compõem a bacia hidrográfica do Paranaíba.

Inscrições de 27 de junho a 7 de julho

Matrícula: Envie um e-mail para cursos.paranaiba@gmail.com com as
seguintes informações:
Nome, endereço para correspondência, telefones, Instituição a que
pertence e cv resumido.

Vagas: Para o curso a distância serão aceitos todos os interessados em
aumentar seus conhecimentos a respeito da relação entre gestão de
recursos hídricos e sua relação com a gestão ambiental. Os
participantes que cumprirem toda a pontuação necessária, poderão
participar, se desejarem, das disciplinas presenciais 8 e 9.

Custos: Os custos são cobertos pelo projeto aprovado pelo CT-HIDRO,
exceto custos de viagem e hospedagem de alunos nas cidades onde se
realizam as disciplinas presenciais.

Período da disciplina 7 a distância: Plantaforma do CESPE-UnB: de 07 a
31 de julho.
Período das disciplinas presenciais: Disciplina 8, Goiânia (GO): de 25
a 27 de agosto.
Disciplina
9, em Brasília (DF): de 22 a 24 de setembro.

Contatos: cursos.paranaiba@gmail.com

Atenção: Não é preciso ter feito o Curso I ou II para se inscrever no
Curso II. Ao inscrever-se no Curso III, você está se inscrevendo nas
disciplinas 7, 8, e 9.

domingo, 19 de junho de 2011

O ESPÍRITO DA ÁGUA

A crise da água é a turvação do espírito.

Por Vera Lessa Catalão *

"Em termos cósmicos a água é mais rara que o ouro".
Hubert Reeves

Na água lançamos os nossos fétidos esgotos. Na água lançamos a química mortal dos nossos adubos e pesticidas agrícolas. E a água leva rapidamente tudo que não queremos ver refletido. O que corre pelos nossos rios é a morte que cotidianamente produzimos, a nossa e de outras espécies. invertemos a cadeia da vida e não nos damos conta do poder que exercemos sobre a vida, nem do eco das nossas ações. A água oceânica de onde viemos, as águas planetárias que nos gestaram e nutriram, carregam hoje um presságio de morte.

Assim como um espelho d’água reflete o céu, a consciência humana reflete a ação criadora do homem no mundo. Turva a limpidez das águas, turvo o reflexo. A nossa crise atual é uma crise de consciência e de responsabilidade diante do potencial letal do nosso projeto civilizador. Como a água representa simbolicamente o recanto inconsciente do espírito onde as memórias rejeitadas são alojadas e a origem primordial dorme esquecida, nós fizemos dela o depósito da poluição que produzimos ao longo da nossa história.

Os pesquisadores da Organização Mundial de saúde afirmam que mais de 70% das doenças no planeta são provenientes da contaminação das águas. Do Fórum mundial da água realizado na Holanda em março de 2000 ouvimos o alerta sobre crise de água doce que ameaça a humanidade ainda nas primeiros décadas deste milênio. Em Paris, no ano de 1998, os especialistas anunciavam que 1 bilhão e 400 mil pessoas não têm acesso a água potável. No Brasil, em grandes cidades como São Paulo e Recife, racionamos água. No III Fórum Mundial da Água, realizado recentemente realizado em Kioto, no Japão, conhecemos os mais novos números da crise mundial das águas.

Se falta água limpa, salubre para aplacar nossa sede, falta consciência para zelar, preservar e despoluir nossas fontes e reservas de água de superfície e subterrânea. Mesmo nossas águas subterrâneas guardadas por milênios nós conseguimos poluir. A poluição invisível das águas profundas - ainda mais grave e de difícil de reversão – é a face escondida do quadro de degradação observada nas águas de superfície. E mesmo as chuvas que purificam as águas, em algumas regiões do planeta, tornam-se ácidas como resultado da poluição do ar.

O biólogo alemão Theodore Schwenk em sua obra « O caos sensível » constata que perdemos primeiro o contato espiritual com a água e hoje perdemos o contato com o elemento físico. Como contato espiritual ele define a compreensão profunda da natureza simbólica da água. Para o poeta alemão Novalis, a água é a matriz de todos os processos circulatórios, dotada de plasticidade, adaptabilidade a todos os espaços e relevos, elemento sensorial por excelência, meio ótimal de trocas, misturas e encontros.

O cientista francês Jacques Benveniste, autor da controvertida e instigante teoria sobre a memória da água, está convencido que este é o elemento que permite a comunicação entre as moléculas, mesmo quando distantes uma das outras. O que reitera a capacidade de mediação da água revelada nos mitos e nas artes.

Diante da perda de contato com a dimensão simbólica da água apontada por Theodore Schwenk, não é difícil perceber a razão pela qual a crise mundial da água espelha a crise de consciência da nossa civilização. Se não aceitamos o reflexo que a água nos devolve, nem a revelação das metáforas, não podemos recusar o que nos diz o nosso corpo que contém em média 70% de água, nas mesmas proporções do circuito planetário. Dentro de nós circula o elemento líquido em artérias, veias e capilares de modo muito semelhante ao sistema de irrigação das bacias hidrográficas. Faltam critérios éticos e decisão política para cuidar das nossas águas, assim como da sobrevivência planetária : a degradação de gente e ambiente são verso e reverso da nossa inconseqüente gestão da vida.

Atualmente, o « mercado » parece ser a força onipotente que dirige a consciência das nações, haja vista as declarações reiteradas do presidente americano George Bush quando recusa-se assinar o protocolo de Kioto para redução da emissão de Co2 na atmosfera, argumentando que este tipo de controle não corresponde aos interesses econômicos dos EUA.

Sem dúvida os governos têm um importante papel a desempenhar na solução desta crise, mas sabemos que não podemos esperar sentados por grandes revoluções. O século passado parece tê-las enterrado. Como compreendia o filósofo francês, Felix Guatarri, este é o tempo de revoluções moleculares. As transformações são fecundadas em indivíduos e pequenos grupos com grande poder de disseminação e enraízam-se na simplicidade dos gestos cotidianos.

Mesmo diante da força política e econômica que representa os EUA, eu acredito que nós, cidadãos planetários, temos relativa autonomia para mudar nosso cotidiano. Quem sabe simples gestos diários possam inverter o sentido dessa trajetória. O pequeno David não conseguiu vencer o gigante com ajuda de uma funda? Se o mercado é poderoso e onipresente, o consumo do cidadão é o ponto nevrálgico do sistema, semelhante a um ponto de acupuntura chinesa. Revestir de cuidado os gesto cotidianos poderá reverter essa magia insana que irriga de morte o tecido da vida.

A persistência da conspiração silenciosa produzida pelos pequenos grupos (revoluções moleculares de Felix Guattari) que resolveram adotar a ética do cuidado a que se refere Leonardo Boff e a estratégia ecológica dos 3 R ( reutilizar, reciclar e reduzir o consumo) conseguirão, quem sabe, um dia, deter o avanço desse gigante moderno de mil tentáculos, de muitos nomes e nenhuma alma.

No trabalho com educadores costumo dizer que quando fechamos uma torneira estamos permitindo a uma fonte o sagrado direito de fluir e a um rio o direito essencial de percorrer o vale. Quem sabe por uma ação responsável na vida cotidiana, nós, amorosos anônimos da água possamos devolver ao planeta Terra sua matriz perene de Vida e exclamar como Guimarães Rosa - o melhor de tudo é a água.



* Vera Lessa Catalão é especialista em educação ambiental e doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Paris VIII - França.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

As APPs do Rio Meia Ponte

Código florestal e água
As APPs do Rio Meia Ponte
Goiás precisa discutir se quer seus rios com ou sem áreas de preservação permanente, ou seja, rios vivos ou rios mortos; a questão é crucial e tem levantado polêmica no Congresso
Ivan Bispo
Especial para o Jornal Opção
“A saúde e o bem-estar do homem, a garantia de alimentos, o desenvolvimento industrial e o equilíbrio dos ecossistemas estarão sob risco se a gestão da água e do solo não se tornar realidade, na presente década, de forma bem mais efetiva do que tem sido no passado.”
Declaração de Dublin, sobre recursos hídricos e desenvolvimento (1992)

Um dos pontos do novo Código Florestal que tem suscitado acalorado debate são as Áreas de Preservação Permanente (APPs), que, na definição da Agência Nacional de Águas (ANA), “são áreas protegidas cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar da população humana.

Consideram-se como APPs as faixas marginais de cursos d’água; ao redor de nascente ou olho d’água; ao redor de lagos e lagoas naturais ou artificiais; em veredas; restingas; no topo de morros e montanhas; nas linhas de cumeadas; em encosta ou parte desta, com declividade superior a quarenta e cinco graus na linha de maior declive; nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do reverso da escarpa; em altitude superior a mil e oitocentos metros; nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias e nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçada de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual ou Municipal.

Por ser a de mais fácil fiscalização, uma das categorias mais discutidas de APP são as matas ciliares, que definimos a seguir. Mata ciliar: vegetação nativa que margeia os corpos e os cursos d’água e que são de extrema importância tanto para formação de corredores ecológicos como para a proteção dos mananciais. Contribui na alimentação de parte da ictiofauna, minimiza os efeitos da erosão e do assoreamento, controla o regime hídrico, e reduz a poluição das águas provenientes de agrotóxicos aplicados na agricultura.  A preservação dessas áreas é de fundamental importância para a proteção dos recursos hídricos, pois além da fixação das bordas do curso d’água pelas raízes, elas desempenham um papel de filtro contra as águas (muitas vezes carreando material contaminante) que sobrevêm das partes mais altas.”

Sendo a água fator preponderante no desenvolvimento do Estado de Goiás, diversos usuários dependem dela, principalmente a agricultura irrigada, pecuária, turismo, geração de energia elétrica. Preservá-la em quantidade, quanto em qualidade, é de suma importância para o nosso desenvolvimento.

No outrora piscoso Rio Meia Ponte, hoje, um dos mais poluídos do Brasil, para nós goianos é um “belo” exemplo da importância da mata ciliar. Sem a sua mata ciliar, transformou-se num rio assoreado, sem peixes, com esgoto, erosão, a biodiversidade ficou menor, e suas águas impedidas de serem utilizadas na criação de peixes, na agricultura irrigada, no turismo, na pecuária.

No debate sobre o novo Código Florestal, Goiás também está discutindo o seu, com audiências públicas já realizadas e a serem realizadas. É preciso ficar atento para dizer qual o rio que queremos. Se com APPs ou sem.
Ivan Bispo é presidente da Amigos das Águas (AMA) e membro dos GTs Comitês e Plano do CBH-Paranaíba.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cooperativa de reciclagem avança junto à ONU para obter créditos de carbono

 MAPA DO SITE | Home / Notícias / Cooperativa de recic...
10/5/2011 14:16:02
Cooperativa de reciclagem avança junto à ONU para obter créditos de carbono

Publicado por Recação EcoD
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verdecoop transforma os res?uos s?idos em novos produtos
Verdecoop recicla uma média de 95 mil kg de resíduos sólidos por mês/Foto: Divulgação
Uma cooperativa de reciclagem e compostagem que atua na Costa dos Coqueiros, região do Litoral Norte baiano, teve publicado recentemente no site da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) o documento de concepção (Project Design Document - PDD) do projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma exigência do Protocolo de Kyoto para os empreendimentos que querem ser certificados para atuar com créditos de carbono.
A Verdecoop é a primeira cooperativa brasileira do setor a ir tão longe em tal processo de certificação internacional. Agora, ela espera a autorização para trabalhar com as Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), que são emitidas de acordo com as toneladas de gás carbônico que a organização deixou de lançar na atmosfera por meio da compostagem. Uma vez consentidas, as RCEs são revertidas em dinheiro, gerando recursos para a cooperativa.
A organização recicla, mensalmente, uma média de 95 mil Kg de resíduos sólidos (papel, papelão, plástico, latas de alumínio e ferro, metais, pet branco, óleo, copos, plásticos, vidro âmbar), resíduos orgânicos úmidos para compostagem, coco verde, e óleo saturado. Os materiais são oriundos de resorts e condomínios de luxo da Costa do Sauípe, no litoral baiano. Os produtos finais da Verdecoop são: adubo orgânico e organomineral, fibra de coco e substrato orgânico; óleo saturado para produção de sabão/biodiesel; e materiais recicláveis como papel, papelão, pets, latinhas, copos e plásticos.
Em entrevista ao EcoD, o engenheiro agrônomo Tiago Vilaronga afirmou que a Verdecoop é a primeira cooperativa do mundo a desenvolver um trabalho como este em se tratando de compostagem. "Nosso trabalho envolve 69 cooperados, que moram em Porto do Sauípe, na própria região da cooperativa. Vale destacar que, nesse processo de decomposição aeróbica, deixamos de emitir na atmosfera uma quantidade considerável do gás metano, que é 21 vezes mais destrutivo do que o dióxido de carbono (CO2).
 adubo org?ico tamb? ?produzido pela cooperativa
Adubo orgânico também é produzido na cooperativa/Foto: Divulgação
Depois de ter ficado disponível por 30 dias para contribuições da sociedade no site da UNFCCC, o projeto da Verdecoop deverá avançar mais uma etapa rumo a aprovação para atuar com créditos de carbono - o prazo para a consulta pública expirou na sexta-feira, 6 de maio. "Acredito que teremos uma resposta na próxima semana", projetou Vilaronga. O engenheiro agrônomo também detalhou a elaboração da iniciativa. "Nós temos um consultor internacional, Milton Nogueira, que fez visitas a Verdecoop e, a partir de então, delegou uma série de requisitos. Agora o projeto já está na ONU, mas tem de passar por outras etapas.
O Projeto MDL da Cooperativa se baseia na adoção de métodos de trabalho e técnicas de produção que reduzem a emissão de gases ou reaproveitam materiais. Com a publicação, a Verdecoop entra na etapa de validação, na qual é verificado se o projeto está em conformidade com a regulamentação do Protocolo de Kyoto. A validação vai identificar requisitos que o projeto deverá atender, decidir como será o atendimento desses critérios, verificar a conformidade real e comunicar os resultados.
Desenvolvido desde 2008, por intermédio do convênio de cooperação estabelecido entre a cooperativa e a Fundação Banco do Brasil, o Projeto MDL da Verdecoop se baseia na adoção de métodos de trabalho e técnicas de produção que reduzem a emissão de gases ou reaproveitam materiais. Com a recente publicação, a organização entra na etapa de validação, na qual é verificado se o projeto está em conformidade com a regulamentação do Protocolo de Kyoto. A validação vai identificar requisitos que o projeto deverá atender, decidir como será o atendimento desses critérios, verificar a conformidade real e comunicar os resultados.
 Entenda o MDL
Protocolo de Kyoto ofereceu um incentivo aos países em desenvolvimento (como o Brasil) para que também adotem políticas de redução das emissões de gases que causam o efeito estufa: a possibilidade de vender, para os países obrigados a reduzir as emissões, o quanto conseguissem evitar ou eliminar do lançamento desses gases na atmosfera. Para certificar e mensurar essa economia de emissões, foram criadas regras que, juntas, compõem um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Por intermédio do projeto MDL, a Verdecoop deve demonstrar que é capaz de reduzir emissões além daquelas que seriam possíveis se o projeto não fosse adotado.
A elaboração do PDD, que apresenta as informações essenciais sobre aspectos técnicos e organizacionais das atividades da Cooperativa, é a primeira etapa do ciclo definido pelas regras do MDL. É o documento chave para os processos de Validação, Registro e Verificação dos Projetos, que são as próximas etapas do processo de certificação.
publicação do PDD no site da UNFCCC foi feita em 06 de abril, sendo que o documento seguiu aberto para manifestações e contribuições até o dia 6 de maio. Agora, o projeto está mais perto de conseguir autorização no sentido de que a cooperativa possa atuar com créditos de carbono.

DIRETRIZES PARA A GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Diretrizes para a Gestão e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos


 A Política Nacional de Resíduos Sólidos tem como diretrizes básicas de gestão e gerenciamento a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (Lei 12.305/2010, artigo 9º; Decreto 7.404/2010, artigo 35). Desde que obedecidas às normas legais e técnicas, podem ser utilizadas tecnologias que busquem a recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos domiciliares e provenientes dos serviços de limpeza pública. Esta possibilidade será disciplinada conjuntamente pelos Ministérios do Meio Ambiente, Minas e Energia e Cidades.

Os geradores de resíduos sólidos devem adotar medidas que promovam a redução dos resíduos, principalmente os perigosos, que devem ter plano de gerenciamento específico e as pessoas jurídicas que operam com estes produtos em qualquer fase de gerenciamento devem estar inscritas no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos.

Os resíduos sólidos que presumidamente possam veicular agentes etiológicos de doenças transmissíveis ou pragas, serviços de transporte em portos, aeroportos, passagens de fronteira e materiais apreendidos com origem no exterior devem obedecer às normas do Serviço Nacional de Vigilância Sanitária, Sistema Nacional de Meio Ambiente e Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SNVS, Sisnama e SUASA).

Quanto aos resíduos sólidos orgânicos e a possibilidade de implantação de sistemas de compostagem, os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos em acordo com o plano municipal de gestão integrada e o princípio da responsabilidade compartilhada, devem implantar estes sistemas, articulando com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido.

REFERÊNCIAS:

- Decreto 7.404 de 23 de dezembro de 2010. Artigos 35-39.

- Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010. Artigos 9º e 36, inciso V.

Antonio Silvio Hendges, articulista do EcoDebate, é professor de Ciências e Biologia, Agente Educacional no RS.

sábado, 9 de abril de 2011

AS BICICLETAS E AS CIDADES

As bicicletas e a cidade
À medida que a população de uma cidade cresce, seu tráfego se vai se tornando
inevitavelmente mais movimentado. E devemos ter em mente que o tráfego significa
o transporte de pessoas – e não veículos. Como podemos melhor transportar estas
pessoas de um ponto A até um Ponto B? Como podemos manter o tráfego tão seguro
quanto possível? Como podemos limitar os efeitos negativos do tráfego em nossa saúde
e meio ambiente? Qual é o papel que as bicicletas podem desempenhar em tudo isso?
Este manual é resultado de um projeto que visa avaliar a integração de bicicletas na
política de tráfego. Foi escrito para políticos, formuladores de políticas e técnicos
envolvidos com o tráfego urbano. A premissa central do manual é a  suposição de que
as bicicletas não podem nos proporcionar uma resposta defi nitiva para os problemas do
tráfego de nossa cidade; podem, porém, e devem ser parte da solução.
A cidade de Utrecht tem uma longa tradição no que toca ao ciclismo e a uma política
cicloviária integrada. Sabemos como as bicicletas podem contribuir para um ambiente
urbano agradável, sustentável.  Se você tiver a oportunidade de visitar Utrecht, eu
decididamente gostaria de recomendar-lhe que viesse e visse você mesmo(a). continue lendo

quarta-feira, 6 de abril de 2011

IRRIGAÇÃO UM CASO DE SUCESSO

22-03-2011 - 10:29 h.
Irrigação beneficia só 7% da área plantada
Arquivo: Seagro
Foto: Marcial Leossi
A agricultura brasileira é considerada um case de sucesso. Mas poderia ser ainda mais bem-sucedida, consumindo menos água, se o país adotasse um zoneamento ecológico e os agricultores aderissem a uma técnica tão antiga quanto as pirâmides do Egito: a irrigação.

A tecnologia é aplicada em apenas 4,5 milhões dos mais de 60 milhões de hectares cultivados do país, o que equivale a cerca de 7% de toda a área plantada e a pouco mais de 15% dos 29 milhões de hectares de terras consideradas irrigáveis, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA). Mais de 90% da área agrícola do Brasil, portanto, ainda está à mercê do clima.


Em terras irrigadas, a produção aumenta pelo menos 30% em relação às dependentes do regime de chuvas, o que proporciona otimização do uso de água. A agricultura é o setor que mais consome água no Brasil, cerca de 35%, de um total anual em torno de 100 milhões de litros, segundo Laerte Scanavaca, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.


É a participação média do setor, segundo ele, no consumo de água em todo o mundo, exceto nos países que adotam irrigação em larga escala, como Israel e Estados Unidos. Os americanos têm 30% da área plantada irrigados, de acordo com Scanavaca.


No Brasil, a água para irrigação provém dos rios - quase não se emprega água de chuva no processo. Segundo dados da ANA, dos 2 mil m3 por segundo retirados dos corpos d"água, 47% destinam-se à agricultura e demais usos rurais.


Nos arredores de Petrolina, entre Pernambuco e Bahia, onde se cultivam basicamente frutas (em especial manga e uva) ainda se usa a técnica egípcia, de canalização para terras baixas, facilitada pela topografia. Na região de Cristalina (GO), onde floresce grande variedade de vegetais, frutas e GRÃOS, as culturas estão principalmente em terras altas e são irrigadas por bombeamento, a partir do represamento de água dos rios durante a época de cheia. Para Alécio Maróstico, superintendente de Irrigação do Estado de Goiás, ali se aproveita água de chuva, "que de outro modo correria para o mar".


Ele conta que uma mesma área pode produzir 50 toneladas de batatas por ciclo da cultura se for irrigada, mas apenas 25 toneladas se contar apenas com a instável ocorrência de chuvas: "E a qualidade é muito melhor, porque a rega é controlada". Maróstico também lembra que não se perdem safras em áreas irrigadas e se pode colher mais de uma safra por ano das mesmas culturas. Segundo Scanavaca, a diferença de preço entre o produto de época e o obtido fora de época pode chegar a 100%.


Em Cristalina, 50 mil hectares são irrigados, aproximadamente 16% da área plantada do município, de 300 mil hectares. Em toda a região, as terras irrigadas atingem cerca de 100 mil hectares, de acordo com Maróstico. A meta do Estado é irrigar, num período superior a 10 anos - e desde que haja mercado - mais 120 mil hectares, o que demandaria somar mais 150 represas às 100 já instaladas.


Para Maróstico, o impacto das barragens na natureza é compensado pela redução da pressão pela abertura de novas áreas agricultáveis no Cerrado e pela redução do consumo de água na produção de alimentos.


Ele lembra que, quando os agricultores do Sul chegaram a Goiás, na década de 1980, plantavam soja, milho, arroz e algodão e só trabalhavam durante seis meses do ano, já que os outros seis são de estiagem. Agora, afirma, algumas fazendas trabalham o ano todo, empregam mais funcionários por área cultivada e pagam salários mais altos aos trabalhadores, que, assim, vêm se fixando na região.


Se depender do aumento da demanda de alimentos é bem provável que o Estado de Goiás confirme seus planos de expansão das áreas de irrigação. A produção mundial de alimentos precisa crescer de 70% a 80% nos próximos anos para atender à demanda crescente, de acordo com Devanir Garcia dos Santos, gerente de uso sustentável de água e solo da ANA: "Estamos na iminência de um novo impulso da agricultura. E o caminho mais adequado a seguir é a irrigação porque proporciona aumento de produtividade".


Apesar de todos os benefícios, somente agora o governo federal está criando um órgão exclusivo para a irrigação, uma secretaria no âmbito do Ministério da Integração Nacional, que estuda a possibilidade de instituir tarifa especial de energia elétrica para a agricultura como forma de estimular a adoção da tecnologia.


A adoção do zoneamento ecológico que levasse em conta os dados de consumo das culturas, além dos relativos a clima e temperatura, também seria um avanço, de acordo com Scanavaca. O eucalipto, por exemplo, retém tanta água no solo quanto as florestas nativas, que absorvem 70% do volume das chuvas, por sete longos anos até a época do corte. Já as terras cultivadas com cana-de-açúcar retêm somente 30% da água das precipitações, média da agricultura brasileira e de todas as culturas herbáceas. Mesmo assim, o eucalipto costuma ser apontado como predador de água do solo.

Como o plástico chega aos oceanos - Interatividades - National Geographic Brasil

Como o plástico chega aos oceanos - Interatividades - National Geographic Brasil

domingo, 20 de março de 2011

DIAGNÓSTICO DA BACIA DO RIO PARANAÍBA

1. INTRODUÇÃO
O presente relatório, RP 03 – Diagnóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba –
Parte A, tem por objetivo a caracterização da Bacia do Paranaíba. Este documento
apresenta a compilação dos capítulos iniciais do relatório que será entregue ao cliente
no início do mês de março.

O Capítulo 2 apresenta uma descrição das principais fontes de informações utilizadas
no momento da elaboração do Diagnóstico da Bacia. O intuito do capítulo é descrever,
de maneira sucinta, os estudos e fontes utilizados como referência, detalhando de que
forma a equipe técnica da consultora o utilizou no Diagnóstico.

O  Capítulo 3 do relatório trata da caracterização geral da Bacia Hidrográfica do Rio
Paranaíba, descrevendo a localização, a dinâmica produtiva, os principais afluentes e
suas sub-bacias e a divisão hidrográfica que será adotada ao longo de todo estudo.

O Capítulo 4 apresenta a caracterização físico-biótica da Bacia, dividida em aspectos
climáticos (temperaturas, precipitações, etc.), base física (geomorfologia, geologia,
pedologia, etc.) e biodiversidade (biomas, biodiversidade, ecossistema aquático, etc.).

No  Capítulo 5 é realizada a descrição do uso e ocupação do solo  da Bacia.
Inicialmente, é realizado um breve histórico da ocupação da área ocupada pela Bacia
e uma descrição da urbanização e polarização regional. O uso atual da Bacia é
descrito por uso urbano, industrial, rural, cobertura vegetal, áreas protegidas e áreas
inundadas. Neste capítulo é apresentado o mapa atual de uso e ocupação da Bacia,
consolidado através das visitas de campo e do sobrevoo.

O  Capítulo 6 caracteriza a Bacia sob o ponto de vista do quadro socioeconômico e
cultural. Para tal, foram levantadas os aspectos demográficos, as atividades
econômicas da Bacia, a estrutura fundiária e os grandes projetos previstos.

Na caracterização da infra-estrutura de saneamento  ambiental,  Capítulo 7, foram
levantadas as informações, por município, de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana, além do levantamento das informações
das doenças de veiculação hídrica.

O último capítulo deste volume,  Capítulo 8, apresenta os Aspectos Institucionais e
Legais da Bacia, destacando as variáveis que interferem diretamente na gestão dos
recursos hídricos LEIA+AQUI

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Grupo do Lixo - Rede Terra

Grupo do Lixo - Rede Terra

Movimento Limpa Brasil quer tirar o lixo das ruas

A partir de março, as ruas de grandes cidades brasileiras serão tomadas por mutirões do Limpa Brasil - Let´s do it! para varrer todo o lixo despejado ilegalmente. E você pode participar deste movimento pelo descarte responsável de resíduos. LEIA + AQUI

Porque Estamos Aqui

No final do ano de 2003, nascia na cidade de Cristalina-GO a AMA - Associação Amigos das Águas, com a missão de cooperar na gestão e preservação de nossos recursos hídricos, todos os seus membros atuando voluntariamente.

A Amigos das Águas, desde sua constituição vem participando de distribuição de mudas de plantas nativas do cerrado. Firmando parcerias com outras congéneres. Organizando e participando de limpeza de rios e cachoeiras. Enfim, cumprindo com sua missão.

A partir deste mês de Fevereiro/2011 a Amigos das Águas estará iniciando uma campanha - CRISTALINA SEM LIXO - para elaboração e construção de um projeto de Lei municipal de Gestão de Resíduos Sólidos Municipais, a ser apresentado aos poderes executivo e legislativo.